Mal do Desembarque

No ano de 2008, a britânica Michele-Marie Roberts fez um cruzeiro de duas semanas no Havaí com a sua família. O cruzeiro ocorreu sem problemas,  mas foi só pisar em terra firme que o transtorno começou: 

  • “Assim que desci a plataforma de desembarque, desmaiei, apaguei completamente”, conta. “Tomei o voo de volta para casa e não conseguia parar em pé. Eu comecei a ter dificuldades de fala. Em uma ocasião, desmaiei enquanto cortava legumes na cozinha”, relata.

Até o dia em que a reportagem foi publicada, em 2013, Michele-Marie continuava a apresentar os sintomas. A mulher passou por diversos médicos em seu país, fez diversos exames até que 6 meses depois do início do problema  médicos do Royal Berkshire Hospital, no sul da Grã-Bretanha, diagnosticaram o Mal do Desembarque.

O Que É o Mal do Desembarque?

O Mal do Desembarque é uma sensação persistente de balanço, que se instala na maior parte das vezes após uma viagem de barco ou avião, mas pode acontecer após brinquedos de movimento, ou até mesmo estímulos de realidade virtual que simulam balanço. Normalmente os sintomas desaparecem depois de algumas horas ou poucos dias. Algumas vezes podem durar até algumas semanas, e pacientes que mantêm os sintomas por anos, como a Michele-Marie, são extremamente raros. O quadro é mais comum nos pacientes com antecedentes de enxaqueca.

As pessoas com o mal do desembarque  referem tontura e desequilíbrio após viagem de avião e navio, como se os estímulos que tinham  nesses meios de transporte ainda continuassem após pisarem em terra firme.  Isso pode ocorrer mesmo que durante a viagem eles não tivessem nenhum sintoma. O quadro é bem diferente da cinetose, que é quando  o mal-estar ocorre durante o estímulo.

  • “É como a sensação desorientadora que você tem depois de sair de um daqueles brinquedos de parque de diversões com movimentos rápidos. É horrível”, conta Michele-Marie.

Ainda há bastante controvérsia sobre qual seria a causa do problema, estima-se que o sistema vestibular se acostuma com o movimento, e depois que ele acaba, não consegue se adaptar novamente em terra firme. Fatores genéticos, enxaqueca e fatores hormonais podem influenciar.

O tratamento dessa doença pode ser feito através de medicações, ou com exercícios de habituação, em que simulamos as situações que provocam a tontura, com aumento progressivo da intensidade.

Então, se você apresenta esses sintomas sempre que voltar de uma viagem, procure um otorrino com especialização em otoneurologia para te ajudar.

 

 

Veja a reportagem no link abaixo:

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/03/130317_sindrome_enjoo_permanente_mulher_rw

 

Escrito por Dr. Douglas Ribeiro

Otorrinolaringologista. com foco no tratamento da tontura e zumbido
CRM-SP 163.108 / RQE 67.472

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